O UFC é um esporte imprevisível. Lutadores entram no octógono sabendo que aquele apontado como o melhor, o favorito, nem sempre vence. Basta um soco, um chute, uma joelhada ou qualquer outro golpe para colocar tudo a perder... e foi uma fatalidade que destruiu Anderson Silva.
Anderson vinha até a luta contra Chris Weidman, a primeira, como "o homem imbatível". Atleta a ser batido nem era mais apelidado, pois depois de ter destruido todos os lutadores de sua categoria ninguém imaginava que um novato, com pouquíssimas lutas no cartel, pudesse destruir o seu reinado de campeão. O maior reinado que o UFC já viu.
Ele acabou ainda no primeiro duelo entre os dois. Á! Então foi Chris que destronou o rei? Não, foi o próprio rei que abusou de sua autoridade e foi destronado.
Anderson sabe que abusou. Brincou num lugar onde pode-se até brincar, mas com moderação. Se brincar muito, roda e ele rodou.
Culpa de quem pela derrota?
Dele mesmo! De Anderson Silva. Nada de Chris Weidman. Foi o brasileiro que se derrotou, não perdeu para ninguém, perdeu para si próprio.
Segunda luta entre eles. A revanche. O americano sabia muito bem que seu cinturão era de fato só fachada. Ninguém ao longo desses meses considerava-o verdadeiramente campeão. "Basta apenas uma luta", pensa Weidman. "Uma luta para que prove ao mundo que posso vencer Anderson Silva, o temido, aquele que ninguém vence".
O combate começou. Chris deu um verdadeiro show no primeiro round. Dominou. Golpeou e foi soberano. Esteve segundos de vencer o duelo, mas o árbitro não interrompeu.
Vitória dele nos primeiros 3 minutos de luta.
Seria então a vitória do brasileiro no segundo round?
Não. Seria a derrota de Anderson. A derrota não para Weidman. A perda para o destino, para o azar, para a fatalidade.
Um chute não bem conectado e estava no chão o verdadeiro campeão. O brasileiro gritava, chorava, como jamais fez em toda sua carreira dentro do octógono para nenhum outro oponente.
Sua dor não era de um golpe de um adversário, mas sim no golpe que deu nele próprio. O maior de sua vida, o maior que sofreu.
Um chute que o feriu juntamente com todos os apaixonados por MMA. Uma derrota muito mais do que do lutador, sim de uma lenda, de um ser humano, que ficará até 6 meses fora e que ninguém sabe se vai ou não retornar ao mundo das lutas.
Agora, caso Anderson Silva se aposente, ele mostrará ao mundo que não é invencível, mas que sim é um ser humano, um atleta, capaz de perder para apenas um só adversário. Ele mesmo.